Ilha Fiscal

Ilha Fiscal
Foi realizado o último baile do Império

Katia Villarinho

Bem vindo a Realidade Histórica

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ILHA FISCAL

História

No século XIX, o Conselheiro José Antônio Saraiva do Ministério da Fazenda, solicitou construir-se um posto alfandegário para o controle das mercadorias a serem importadas e exportadas pelo porto do Rio de Janeiro, então Capital do Império. A posição daquela ilha era bastante cômoda para os inspetores da Alfândega, devido à proximidade dos pontos de fundeio, sendo que o translado de mercadorias poderia ser executado em embarcações miúdas, sem grandes dificuldades.
A decisão da construção, assim como a do seu estilo arquitetônico, foram do Imperador D. Pedro II, tendo em conta não conflitar com a paisagem da Serra do Mar. À época, o Imperador teria afirmado: "A ilha é um delicado estojo, digno de uma brilhante jóia".
Optou-se assim por um pequeno "
château" em estilo gótico-provençal, inspirado nas concepções do Arquiteto francês Violet-le-Duc, com projeto de autoria de Adolpho José Del Vecchio - então Engenheiro-Diretor de Obras do Ministério da Fazenda -, onde se destacavam as agulhas e as ameias medievais a adornar a silhueta da edificação.
O projeto de Del Vecchio foi contemplado com a Medalha de Ouro na exposição da
Academia Imperial de Belas Artes, tendo apresentado a seguinte argumentação:
"A construção planejada, tendo de ser levantada isoladamente em uma ilha, projetando-se sobre um fundo formado pela caprichosa
Serra dos Órgãos, encimada por vasto horizonte, e de frente para a entrada da baía, devia causar impressão agradável aos que penetrassem no porto, suficientemente elevada para que pudesse facilmente ser vista de qualquer ponto entre a mastreação dos navios, e prestar-se ao mesmo tempo à fiscalização do ancoradouro."
Del Vecchio preocupou-se ainda com a ornamentação paisagística, tendo declarado em reunião no Ministério da Fazenda:
"Arrematei, por pouco tempo, na Praça do Mercado, certa quantidade de
cocos da Bahia, já com os brotos, e fí-los transportar para a ilha e plantar em torno; os coqueiros vieram dentro de breve prazo e não tardaram a dar frutos."
Após a decisão do imperador na escolha do projeto para acolher a aduana, os recursos necessários destinados a execução foram liberados em partes e, em
16 de novembro de 1881, foi assente a primeira pedra dando início à sua construção. Após uma série de aterros de modo a aumentar a área de 4 400 m² para 7 000 m², e aplainar as elevações existentes ao preço de 40:5$500 (quarenta contos, cinco mil e quinhentos réis), foi iniciado o castelo.
A 27 de abril de 1889 foi inaugurado o edifício com a presença do Imperador, acompanhado de Gastão de Orleans, Conde d'Eu e brilhante comitiva; o translado do cais Pharoux foi realizado utilizando-se a famosa galeota de D. João VI.
Numa certa manhã, já na República, uma lancha passava em frente à Ilha Fiscal tendo a bordo Rui Barbosa, Aristides Lobo, Quintino Bocaiúva, Del Vecchio e outros personagens do regime republicano. Ao observarem o brasão imperial talhado em gnaisse, com absoluto respeito à heráldica e com os dois dragões a apoiá-lo, um dos passageiros da lancha declarou: "Como? Pois o Brasil republicano ainda conserva em um próprio nacional as armas da monarquia! Que se o derrube!" Nesse momento o Engenheiro Del Vecchio interveio e dirigiu-se aos componentes da comitiva argumentando: "Não, senhores. Por Deus! Se mereço alguma coisa da República à qual pretendo servir com a mesma lealdade e o mesmo espírito de sacrifício com que servi ao Império, peço que não toquem naquele emblema. É uma obra prima de cantaria. Fê-la um velho auxiliar do Conde Santa Marinha, um preto septuagenário que é um verdadeiro artista. Hoje, cego e desamparado, acredito que ele sofreria bastante se soubesse que o seu trabalho de tão penosos dias fora cruelmente destruído. Por isso, meus senhores, por favor, imploro a conservação do escudo." Da ocasião que ocorreu esse fato, data a consagração do edifício da Ilha Fiscal como imperecível obra de arte e patrimônio de uma era, devido a ostentar decoração inspirada na monarquia.
Em 1890 prosseguiram as obras de pavimentação em paralelepípedos, e no extremo leste foi construído outro edifício no estilo do principal a fim de abrigar as máquinas elétricas e os serviços auxiliares. Dois anos depois, estavam totalmente concluídas as obras, ao custo total de 1051:322$584, hum mil e cinqüenta e um contos, trezentos e vinte e dois mil, quinhentos e oitenta e quatro réis.
Em 6 de setembro de 1893, irrompeu no Rio de Janeiro a chamada Revolta da Armada, na qual substancial parcela da esquadra brasileira, comandada pelo Almirante Custódio de Mello, rebelou-se contra o governo do Marechal Floriano Peixoto. Durante mais de seis meses, ficou a Ilha Fiscal em meio ao duelo de artilharia travado entre as Fortalezas leais ao governo, e os navios e fortalezas da Ilha das Cobras e da ilha de Villegagnon na posse dos revoltosos. Múltiplos foram os danos sofridos pela edificação da Ilha Fiscal com as paredes atingidas por projetis, agulhas de ferro derrubadas, avarias sérias nos telhados, fiação, móveis partidos além de estragos nos belíssimos vitrais. Como as despesas de restauração seriam vultosas, esse foi o motivo para que o engenheiro do Ministério da Fazenda Miguel R. Galvão sugerisse a entrega da Ilha Fiscal ao Ministério da Marinha, em troca de algum edifício que melhor se prestasse ao serviço da alfândega. A troca só se efetuaria em 1913, quase vinte anos depois, não por um edifício, mas pelo Vapor Andrada, proposta do Almirante Alexandrino Faria de Alencar, Ministro da Marinha, ao seu colega da Fazenda Dr. Rivadávia Correia. A partir de 1914, a Marinha fez funcionar nesse local, sucessivamente, a Repartição de Faróis, Repartição Hidrográfica, Repartição Central de Meteorologia, Repartição da Carta Marítima, Superintendência de Navegação, Diretoria de Navegação e finalmente a Diretoria de Hidrografia e Navegação.
Em
1930, a Ilha Fiscal foi ligada à das Cobras por meio de um molhe de concreto transformando-as em duas ilhas geminadas ou, geograficamente, em uma só ilha. Em 1983, a DHN foi transferida para a ponta da Armação, em Niterói. A última organização militar que permaneceu na Ilha Fiscal foi o Grupamento de Navios Hidroceanográficos, até março de 1998. A partir dessa data a Marinha adotou como parte da política de valorização da memória naval abrir ao público esse notável conjunto, e simultaneamente mostrar aos visitantes, a contribuição da Marinha do Brasil no desenvolvimento de áreas fundamentais do país como o social, o científico e o tecnológico.
O edifício encontra-se tombado pela Prefeitura do Rio de Janeiro desde
1990, tendo passado por diversos trabalhos de restauração desde 2001, coordenados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), quando foram restauradas as pinturas do teto, das paredes e do mosaico do piso de parque do torreão.
Em
2006, a Marinha organizou um projeto com o propósito de montar uma iluminação de verão para a Ilha Fiscal, e graças à parceria com a BR Distribuidora, a Marinha presenteou a Cidade do Rio de Janeiro com a beleza da construção do engenheiro Del Vecchio em sofisticada iluminação.
"Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."
Rubem Alves

Aos meus amigos.

Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.
Paulo Freire

Aos meus queridos alunos

SER ESTUDANTE:

Se quiseres ser um verdadeiro estudante
Não aprenda só o superficial,
Pois o difícil pode se tornar barreira vencida.
Para aquele cujo momento chegou agora, nunca é tarde demais!
Aprender o ABC não basta, mas aprenda-o.
Procura na escola o que deseja para tua vida,
Pois ela te recolherá, orientará, dirigirá.Confia nos teus mestres: eles não te decepcionarão.
Se não tens teto, cobre-te de saber, De vontade, de garra.Se tens frio, se tens fome, Agarra-te ao livro: ele é uma boa arma para lutar.
Se te faltar coragem,Não tenha vergonha de pedir ajuda.
Certamente haverá alguém para te estender a mão.
Sê leal, fraterno, amigo, forte!
Nunca te deixes ser fraco, desleal, covarde.
Pois tu, jovem estudante, tens que assumir o comando do teu país.
Respeita para ser respeito.Valoriza para ser valorizado.
Espalha amor para seres amado.
Não tenhas medo de fazer perguntas: toda a resposta terá sentido.
Não te deixes influenciar por pensamentos alheios ou palavras bonitas.
Tenha a tua própria linguagem (aperfeiçoa-te).
Quando te deparares com a injustiça, a impunidade, a corrupção, a falta de limites, o abuso de poder, pensa na existência de tudo o que te cerca.
Busca o teu ideal e lembra: um valor não se impõe, se constrói.
Não faça do teu colega, uma escada para subir. Isto é imoral e a imoralidade não faz parte da tua lição.
Autora: Marina da Silva
Com muito carinho para todos os meus alunos e leitores.